sábado, 25 de maio de 2013

VISITA

No dia de África realiza-se a última visita guiada às Ocupações Temporárias - Documentos, que podem ser vistas até amanhã no piso 01 da Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa. Entrada livre.

Terra Longe é uma das obras a ver.



quinta-feira, 11 de abril de 2013

HOJE

Abraão Vicente
Azagaia
Bento Oliveira
Camila de Sousa
Celestino Mudaulane
Diogo Bento
Eugénia Mussa
Filipe Branquinho
Gemuce
Gonçalo Mabunda
João Petit Graça
Jorge Caetano Fernandes
Maimuna Adam
Mauro Pinto
Nenass Almeida
Nuno de Pina
Paulo Kapela
Pinto
Rui Tenreiro
Sandra Muendane
Shot-B
Tiago Correia-Paulo

A partir das 19, são todos benvindos à galeria do Piso 01 do Edifício Sede da Fundação Gulbenkian.
A partir de amanhã e até 26 de Maio,a exposição pode ser visitada de terça a domingo, com entrada livre.




domingo, 7 de abril de 2013

QUINTA


Gostaríamos muito de os ver na inauguração da exposição OcupaçõesTemporárias - Documentos que inaugura na próxima quinta-feira, dia 11 de Abril às 19:00 na Fundação Gulbenkian. 


A exposição mostrará o percurso das "Ocupações" em Maputo e no Mindelo, trazendo não só os documentos e as imagens do que se passou por lá, mas também obras originais, "réplicas" e algumas produzidas especificamente para esta mostra. 

Caso não possam vir à inauguração, ou mesmo que venham, podem depois, e até 26 de Maio, visitar a exposição,  de terça a domingo, entre as 10:00 e as 18:00. 

Podem  seguir-nos  aqui

sábado, 30 de março de 2013

OCUPAR

Começam no próximo dia 2 de Abril as montagens da exposição Ocupações Temporárias - Documentos, na Fundação Calouste Gulbenkian. Vamos ocupar a galeria do piso 01.
Fez-se o desenho, tiraram-se medidas, fez-se a maquete. Já começamos a ocupar.
Já chegaram obras, aguardam-se outras e outras ainda serão feitas no local.
E os artistas também vão chegar.


sexta-feira, 22 de março de 2013

LISBOA

Em Abril de 2010 a ativista cultural Elisa Santos iniciou em Maputo as “Ocupações Temporárias”. Tratou-se de um projeto de cultura artística contemporânea com uma forte intervenção no espaço público desta cidade. Para esta primeira edição o problema apresentado aos artistas para ser exposto na vida quotidiana do Maputo foi o património arquitetónico. Em 2011 voltou a produzir as “Ocupações”, inaugurando-as no dia em que se assinalavam dez anos sobre o ataque das torres gémeas de Nova Iorque e o tema não podia ser mais explícito: juntar a precaridade, e até a rusticidade das intervenções, ao sentido global de perda de segurança associado ao da perda de liberdade e de cidadania que caracterizam as nossas sociedades contemporâneas. Em 2012 a terceira edição realizou-se com o patrocínio dos Programas Gulbenkian Próximo Futuro e Ajuda ao Desenvolvimento e traduziu-se na produção de intervenções sob o tema “Estrangeiros”, maioritariamente feitas em espaços estrangeiros na cidade de Maputo, nomeadamente embaixadas e o aeroporto internacional.

Em 2013, depois de uma acumulação de 
experiências com a intervenção no Mindelo, temos as “Ocupações” em Lisboa. Já não terão necessariamente o propósito e os contornos das primeiras “Ocupações”, mas, considerando a importância do método e da pertinência de muitos dos trabalhos realizados, as “Ocupações Temporárias - Documentos” serão o testemunho documental de um processo, um arquivo recente material, com os objetos ou as suas réplicas (entretanto produzidas durante estes três anos), dando assim visibilidade a um conjunto de obras em tensão ou convivialidade entre si e os espaços que ocuparam e que constituem um marco de passagem para as “Ocupações” que se seguirão.


Ocupações Temporárias – Documentos
12 de Abril a 26 de Maio de 2013
Fundação Calouste Gulbenkian
Edifício Sede, galeria de exposições temporárias, piso 01
terça a domingo, 10h -18h, entrada livre

quarta-feira, 6 de março de 2013

MINDELO


Ocupar a ’morada‘ do Mindelo, ou seja, a cidade central e carismática da capital de S. Vicente, com o tema “Estrangeiros”, pode ser uma redundância, dada a história do arquipélago de Cabo Verde e desta ilha em particular. Abordar esta temática numa cidade, que se fundou como entreposto de carvão para navios ingleses, servindo a rota Atlântica que liga a Europa à América, é correr o risco do discurso quase historicista da identidade crioula que tem feito também a rota das migrações.
A proposta feita aos artistas Abrão Vicente, Bento Oliveira, Diogo Bento (em parceria com o coletivo Oficina de Utopias), Nenass Almeida e Nuno Pina, pretendia uma reflexão sobre quem são os estrangeiros hoje no Mindelo, quais as fronteiras, tangíveis e imateriais, que delimitam a pertença, quantos territórios existem, como se distingue o eu do outro. 


O que os artistas apresentam vai para lá da identidade nacional e traz para a praça pública urgências próprias da cidadania, como sejam o emprego, a habitação, a mobilidade e a identidade cultural ou religiosa.
Trazer para o Mindelo os trabalhos de Paulo Kapela e Rui Tenreiro, apresentados em Maputo, nas Ocupações Temporárias 20.12 com o mesmo tema, integrando-os no circuito da cidade e da exposição, é uma opção pela diversidade de linguagens e de suportes artísticos, mas também de referências e de vivências, que podem enriquecer a ’discussão‘ ou, pelo menos, suscitar novos ângulos de observação da mesma problemática, desde logo um ângulo diferente, porque será desenhado a partir da rua.



Elisa Santos
Mindelo, 03/13

segunda-feira, 4 de março de 2013

PASSAPORTE


A reflexão centra-se no conceito de Identidade (s), sobretudo na Identidade fragmentada, construída, adquirida, forjada, inventada, do homem contemporâneo, do cidadão crioulo/global. Denuncia a Identidade e limites da própria língua como veículo identitário. O passaporte como uma frame, um limite, um guia de circulação, limites, pertença, territorialidade. As discrepâncias entre as vivências geográficas e as pertenças históricas; quando o papel da burocracia na construção de barreiras, de fronteiras não só reais como mentais e simultaneamente, é a mesma burocracia que suprime as demarcações implícitas, inscritas em cada documento (por isso a manutenção e exibição nos trabalhos dos carimbos, vistos, autorização de residência, os prazos de renovação, prorrogação).







Este trabalho pode ser enquadrado dentro da ideia, e de uma certa leitura de identidades pós-coloniais, mas ultrapassando o binómio Portugal/Ex-colónias, proponho a extensão deste trabalho e desta reflexão para um espaço mais global.
Sendo eu Português e Cabo-verdiano de nacionalidade, este é também um trabalho de auto-retrato.

Identidade(s) no Limite de Abraão Vicente será a ocupação temporária do Bar Boaventura, na Rua da Praia 

sábado, 2 de março de 2013

ILHA


Almadilha

Chegar à ilha,
Chegar na ilha



No chegar à ilha,
arma-se e armamos a armadilha da ilusão – a ilusão de fragilidade, fruto, talvez, da instabilidade do campo de visão durante o ondular do barco enquanto nós à ilha nos aproximamos; ou talvez da pequeneza, da aridez, da precariedade posta a nu.



Armadilha: a sensação de nudez nobre e nítida do castanho e azul duma paisagem despida e de costelas orgulhosas mas que teimamos em ver vulneráveis, quiçá por serem tão expostas ao olhar. Armadilha, pois o que se afigura aos que a ela aportam como frágil porque estranho e estrangeiro, porque destilador do precário, não é senão o ressoar da precariedade da vida e de vidas, do chão e de chãos, na alma do eu habituado a mundos mais amorfos e que, por isso mesmo, não obrigam à apreensão cabal da sua poética inteira para serem aceites como completos e familiares.



O chegar na ilha, porém,
é o dar-se conta da inteireza do mundo delineado e delimitado pela brusca e às vezes (aos lugares) violenta fronteira entre terra e mar – uma fronteira que vê guerra mas nunca a ocupação dum pelo outro, que é instável mas não frágil, e sim tão sólida e rígida quanto a divisa entre céu e solo, entre pele e ar. O dar-se conta da inteireza dum mundo cuja ideia de si, na realidade e no imaginário, cuja língua, cujo sotaque, cuja identidade é delimitada pela mesma fronteira violenta e prenhe de conflitos mas no entanto absoluta e excludente entre mar e terra, o litoral literal e figurativo.

Jeff Hassney



A viagem de Bento Oliveira que ocupará a Gare do Porto Grande do Mindelo 

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

CASA


"Entre em casa. O lugar - entre paredes - está escuro. Sinta o ambiente e olhe bem. Aqui, o céu está no chão, as pessoas pairam no ar e a direita é a esquerda.
O convite é do estrangeiro casa lata, que se faz de convidado, na “morada”.





De onde vem, as casas são de chapa, madeira, e crescem em função da família. Lá, as pessoas não têm acesso à água, nem à luz. O chão, dizem, não é deles.

Dentro, visto bem as coisas neste mundo ao contrário, ilegalidade de ocupação, é direito à habitação."

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

FILMAGENS


Terra longe é uma expressão própria da emigração Cabo Verdiana, que revela a distância que sentem os emigrados no seu “exílio” ao mesmo tempo que expressa a construção de uma nova terra lá longe, onde se está.  “Terra Longe – Caminho di Mar é uma viagem ao território da comunidade senegalesa, que habita o coração do Mindelo sem ser conhecida pelos habitantes de S. Vicente. Porque vêm estes homens para uma terra tão pobre? O que encontram aqui? Como vivem? Eles estão no meio de nós.




O Mercado Estrela acolhe uma grande comunidade estrangeira, na cidade do Mindelo.
Nenass Almeida e Nuno Pina viajam pelo Senegal de S. Vicente.
Domingo à tarde, dia de filmagens, para as Ocupações de Cabo Verde

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

MINDELO


As "Ocupações Temporárias" decorrerão na cidade do Mindelo e são a primeira realização desta iniciativa fora do espaço onde inicialmente foram criadas.
A proposta feita aos artistas, em tudo idêntica à que foi formulada aos artistas de Maputo, é ocuparem o espaço público da cidade, refletindo sobre uma temática específica, sujeitando os seus objetos artísticos às condições do espaço ocupado, tornando-os alvo de uma visibilidade que vai para além dos habituais "consumidores" de exposições. Os espaços escolhidos não são os formal e tecnicamente utilizados habitualmente para exposições.
Estrangeiros é o tema proposto no Mindelo, tal como foi em Maputo em Dezembro de 2012. Quem são os estrangeiros, quais as fronteiras, tangíveis e imateriais, que delimitam a pertença, como nos distinguimos do outro, são algumas das linhas que irão ser abordadas pelos trabalhos a apresentar. Vídeo, instalação, pintura, cerâmica; em locais como o cais de embarque, um quarto de hotel ou a praça comercial, serão as "ocupações temporárias" do Mindelo.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

MAHALA

As Ocupações Temporárias 20.12 vistas por estrangeiros, neste caso pela jornalista Paula Akuzigibwe, que escreveu no site sul africano Mahala


"Estrangeiros vibrates with subtle tensions like these. Even the location of installations provokes an unsettling twinge: although open to anyone, the necessity of their placement in aloof spaces limits access of the broader public to these temporary occupations. There is a sad irony in the alienation of artworks that bring such fascinating depth and nuance to an issue that, as the organisers note, is often narrated in the language of clichés and over-simplified dichotomies.


Todo o artigo para ler aqui